segunda-feira, novembro 22, 2004

Centro / periferia

Tava ontem dando risadas na casa da Iracema quando o Diego, que tava na internet, interropeu o papo: "Puxa... Uma coisa triste. Morreu o Celso Furtado". Eu abaixei a cabeça, fechei os olhos rapidamente e disse: "Se eu tivesse em casa agora estava em prantos".
Início da Cepal, desenvolvimentismo, etc, etc são assuntos sobre os quais leio, ouço, falo, estudo diariamente aqui no mestrado.
Lembrei da visita do Lula, recém-eleito, à casa dele. Como que para pedir a bênção. Naquele dia fiquei pensando quanto tempo mais ele ia ficar vivo. Se poderia ver uma esquerda madura no poder... Como ele sempre sonhou...

"Tem razão Chico de Oliveira no prefácio de seu livro sobre Celso Furtado: devemos tudo a ele. O plural majestático se aplica naturalmente às sucessivas gerações de economistas e cientistas sociais que teimam em descobrir e redescobrir o Brasil. Devemos a Furtado a compreensão da especificidade do subdesenvolvimento e o entendimento de uma questão central: os países da periferia do capitalismo estão condenados a "inventar" suas estratégias de desenvolvimento. Caso contrário, entregarão seu destino aos processos de reiteração e reprodução das condições que geram a dependência e o atraso." Luiz Gonzaga Belluzzo, na Folha.


Como se a tristeza não bastasse, esse foi o título da primeira página do JB hoje sobre o assunto: "Lessa provoca Mantega no enterro de Furtado". Na parte de baixo da dobra do jornal. Ok que a notícia da morte dele saiu na edição de domingo. Mas isso é título que um dos maiores intelectuais do Brasil mereça??? Será que eu tô errada?
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